CIÊNCIAS DE POLÍCIA: SUBCIÊNCIA OU SUBSERVIÊNCIA? UMA ABORDAGEM EPISTEMOLÓGICA

Resumo

O artigo traz ao debate um tema inquietante na área das ‘Ciências Policiais’, qual seja, o papel do agente de segurança pública, no contexto de uma mudança de paradigma das políticas dirigidas às relações ordem – justiça, a partir do advento do Sistema Unificado de Segurança Pública, o SUSP. Buscando ater-se às questões epistemológicas de ser ou não ser a polícia um campo cientifico, analisa-se o papel da Segurança Pública neste contexto, dentro de uma breve analise conceitual de seu desenvolvimento, sua apropriação pela lógica dos sistemas produtivos das ações de polícia e sua trajetória institucional, desde o surgimento das especializações latu sensu em segurança pública. Conclui-se pela interpretação de que a Segurança Pública não atende aos postulados éticos e científicos que se requer historicamente das Polícias e de suas especialidades em policiamento, entendendo aquela como prática subserviente a outras varáveis, hegemônicas e não cientificas. Além disto, remete o debate às contradições conceituais que envolvem a construção da área de segurança nas Ciências Sociais.